Capacitar empresários cabo-verdianos para se envolverem com o mundo 

O arquipélago composto por 10 ilhas é um modelo de crescimento sustentável. O novo apoio às empresas do setor privado está a reforçar a sua capacidade. 

Na Afroponic, a quinta de cultivo em torre de Hélder Silva, os alimentos são produzidos três vezes mais depressa do que numa quinta tradicional, com necessidades mínimas de água e solo. Encontrar esta solução para o desafio da segurança alimentar em Cabo Verde "foi como encontrar petróleo ou descobrir ouro", disse ele rindo. "Estava muito entusiasmado por trazer esta ideia para o meu povo."

Na Afroponic, a quinta de cultivo em torre de Hélder Silva, os alimentos são produzidos três vezes mais depressa do que numa quinta tradicional, com necessidades mínimas de água e solo. Encontrar esta solução para o desafio da segurança alimentar em Cabo Verde "foi como encontrar petróleo ou descobrir ouro", disse ele rindo. "Estava muito entusiasmado por trazer esta ideia para o meu povo."

Quando Hélder Silva disse aos amigos que se ia tornar agricultor, eles pensaram que ele estava a brincar. Hélder Silva, um empreendedor em série e músico em part-time que responde pelo nome artístico de "Heavy H" na sua terra natal, Cabo Verde, nasceu e cresceu na cidade da Praia, a capital deste arquipélago de 10 ilhas. Nunca tinha plantado uma semente na sua vida, confessa rapidamente. Mas, depois de vários longos períodos de estudo e trabalho nos EUA, sentiu que era altura de regressar a casa e "fazer alguma coisa pelo meu país", diz ele.   

Esse impulso para fazer a diferença levou a uma nova forma de cultivar alimentos biológicos a preços acessíveis - não em filas de terra, mas em torres cilíndricas de dois metros de altura. Em 2022, abriu a Afroponic, a única quinta de cultivo em torres de Cabo Verde. Como a agricultura em torre (também conhecida como agricultura aeropónica ou vertical) exige muito pouca mão-de-obra, as colheitas da Afroponic são vendidas a mercados locais e a particulares a um custo muito inferior aos produtos que são regularmente transportados por via aérea para Cabo Verde, que importa 80% dos seus alimentos. 

"As quintas de cultivo em torre podem resolver muitos problemas em Cabo Verde e na África Ocidental", afirma Hélder Silva, referindo que as quintas de cultivo em torre necessitam de menos 90% de água do que uma exploração agrícola tradicional - uma vantagem crítica num país que tem sofrido muitos anos de seca. A energia solar alimenta a quinta de cultivo em torre e o consumo de eletricidade é mínimo. Os vegetais e os alimentos são pulverizados com uma névoa rica em nutrientes em vez de dependerem dos nutrientes do solo, o que é importante porque apenas 10% da terra em Cabo Verde é arável. A névoa, associada ao efeito do oxigénio adicional absorvido pelas raízes pendentes das plantas, acelera o crescimento: os alimentos são produzidos três vezes mais depressa do que numa exploração agrícola tradicional, segundo Silva. 

Descobrir esta solução para o desafio da segurança alimentar de Cabo Verde "foi como encontrar petróleo ou descobrir ouro", diz ele rindo. "Estava muito entusiasmado por trazer esta ideia para o meu povo." 

O único problema era encontrar fontes de financiamento para fazer crescer a empresa. Por isso, quando o Banco Caboverdiano de Negócios (BCN) o convidou a participar num workshop de literacia financeira que patrocinou em conjunto com a IFC e quatro outros bancos, aceitou imediatamente. O workshop, em que participaram 68 outros empresários da ilha de Santiago, "foi uma ótima atualização, quase como um mini-MBA, mas adaptado a Cabo Verde", diz ele. "É muito difícil navegar através do sistema financeiro e as elevadas taxas de juros dificultam a obtenção de um empréstimo. Muitos bancos exigem garantias significativas e é simplesmente impossível satisfazer os seus requisitos. O workshop mostrou-nos como analisar e procurar oportunidades, para não dependermos apenas da sorte ou das nossas decisões emocionais." 

Hélder Silva, proprietário da Afroponic, fala sobre os desafios do empreendedorismo em Cabo Verde. 

Aminata Sakho, Diretora-Geral do Ecobank Cabo Verde, outro copatrocinador do workshop, encontra-se frequentemente com empresários locais como Silva, que enfrentam obstáculos únicos. 

"Para aumentar de escala e expandirem-se com sucesso em Cabo Verde, as empresas devem ultrapassar desafios demográficos e geográficos", afirma. "As competências em matéria de literacia financeira permitem que os empresários tomem decisões com base na informação, possam gerir eficazmente os riscos e promovam o crescimento sustentável das suas empresas." 

O workshop, que foi patrocinado pela IFC em parceria com o Banco Comercial do Atlântico (BCA), Banco Caboverdiano de Negócios (BCN), Banco Interatlantico (BI), Ecobank Cabo Verde, e a Caixa Económica de Cabo Verde (Caixa), faz parte de um esforço maior, a longo-prazo, para promover a inclusão financeira, reforçar as pequenas empresas e preparar o terreno para o investimento em Cabo Verde, diz Olivier Buyoya, Diretor Regional da IFC para a África Ocidental e Central. "Se olharmos para o mapa, podemos ver como o país está bem posicionado para fazer negócios com todo o mundo. O setor privado tem um enorme potencial e Cabo Verde está preparado para crescer", afirma. 

 

As quintas verticais utilizam menos 90% de água do que a agricultura tradicional - uma vantagem importante em Cabo Verde, que tem sofrido anos de seca. A Afroponic tem 100 torres, cada uma com 36 orifícios para vegetais de folha e outros alimentos. Foto: cortesia da Afroponic.  

As quintas verticais utilizam menos 90% de água do que a agricultura tradicional - uma vantagem importante em Cabo Verde, que tem sofrido anos de seca. A Afroponic tem 100 torres, cada uma com 36 orifícios para vegetais de folha e outros alimentos. Foto: cortesia da Afroponic.  

A próxima fase de Cabo Verde 

O posicionamento geográfico de Cabo Verde -- a cerca de 350 milhas da costa do Senegal, entre a Europa e África -- é fundamental para a história do país. A sua localização, segundo os responsáveis políticos, é a chave para o seu futuro. O plano do governo, Ambição 2030, posiciona o país como um centro no meio do Atlântico para capitalizar a sua localização no cruzamento dos continentes africano, europeu e americano. De acordo com Olivier Buyoya, isto pode ser aproveitado para mobilizar capital do setor privado e acelerar o crescimento sustentável. 

"Um setor privado forte e dinâmico ajudará Cabo Verde a oferecer mais oportunidades ao seu povo e a demonstrar aos investidores que o país está num caminho de crescimento sustentável", disse Buyoya. "Apoiar o crescimento das empresas do setor privado é o primeiro passo neste caminho." 

O posicionamento geográfico de Cabo Verde desbloqueia o seu futuro: o governo está a posicionar o país como um centro no meio do Atlântico para capitalizar a sua localização na encruzilhada dos continentes africano, europeu e americano.  

O posicionamento geográfico de Cabo Verde desbloqueia o seu futuro: o governo está a posicionar o país como um centro no meio do Atlântico para capitalizar a sua localização na encruzilhada dos continentes africano, europeu e americano.  

O negócio de Jacqueline Carvalho, tal como o da Afroponic, já estava a florescer quando decidiu participar no workshop de literacia financeira. Ela e o seu irmão, Marco Furtado, gerem a M & J Tech, que distribui produtos e eletrodomésticos da marca Samsung em Cabo Verde e para os cabo-verdianos que vivem fora do país. (A diáspora de Cabo Verde, de cerca de um milhão de pessoas, é maior do que as 491.233 pessoas que vivem nas suas nove ilhas habitadas). A sua empresa, fundada em 2018, está a crescer rapidamente: abriu uma loja na cidade da Praia, contratou 30 colaboradores em todo o arquipélago e lançou recentemente uma segunda empresa para tratar das garantias e dos programas de manutenção, em vez de subcontratar esse serviço. 

Mas Jacqueline Carvalho sabia que existiam aspetos operacionais da empresa que podiam ser melhorados, como o método de concessão de crédito a longo-prazo a clientes e a gestão dos prazos dos fornecedores. Tal como Hélder Silva, Jacqueline Carvalho tem uma licenciatura em gestão e uma experiência comercial significativa, e optou por participar no workshop de literacia financeira para atualizar os seus conhecimentos e preparar-se para a próxima fase de crescimento da M & J Tech. 

"Temos grandes sonhos", diz ela. "Queremos expandir-nos para toda a diáspora cabo-verdiana e para outros países de língua portuguesa."    

Jacqueline Carvalho, co-proprietária da M & J Tech.

No workshop de literacia financeira, Jacqueline Carvalho participou em sessões sobre programas de financiamento de bancos e da IFC que "nos mostraram recursos que não conhecíamos, com soluções mais acessíveis e que não exigem tantas garantias" como os bancos em Cabo Verde normalmente exigem, disse ela. Como já tinha beneficiado de uma formação do Banco Mundial sobre o acesso ao financiamento através do Pró-Garante, um fundo de garantia governamental que a ajudou a lançar a M & J Tech, dando uma garantia de 50% ao banco, estava confiante de que os programas patrocinados pelo Grupo Banco Mundial "ajudam a dar uma oportunidade aos empresários". 

Jacqueline Carvalho estava especialmente interessada em estratégias para ajudar a sua empresa a expandir-se através das suas ofertas digitais. "O objetivo do país é tornar-se um centro digital, e a nossa empresa pode contribuir para esse objetivo se nos expandirmos para outros mercados com produtos digitais e produtos fintech", disse ela. "Os nossos planos são muito ambiciosos, mas Cabo Verde já conseguiu muito com a sua infraestrutura digital. É natural que dependamos das ligações digitais porque, como nação, estamos espalhados por muitas ilhas".

A loja da M & J Tech na cidade da Praia, a capital. Desde que Jacqueline Carvalho e o irmão lançaram a empresa em 2018, já contrataram 30 funcionários em todo o arquipélago.

A loja da M & J Tech na cidade da Praia, a capital. Desde que Jacqueline Carvalho e o irmão lançaram a empresa em 2018, já contrataram 30 funcionários em todo o arquipélago.

O apoio ao ecossistema digital de Cabo Verde é uma prioridade delineada no plano governamental Ambição 2030. Os investimentos governamentais recentes incluem investimentos em infraestruturas digitais, o novo Parque Tecnológico Arquipélago Digital de Cabo Verde (conhecido como TechPark) e o programa Cabo Verde Digital.   

"Cabo Verde está a fazer bons progressos no sentido de concretizar os planos de transformação digital delineados no Ambição 2030", diz Zineb Benkirane, economista sénior da IFC, que foi co-autora do Diagnóstico do Setor Privado do País (CPSD), elaborado em conjunto pela IFC e pelo Banco Mundial, que apresenta oportunidades de investimento em Cabo Verde.  "As oportunidades emergentes no setor dos serviços digitais para Cabo Verde são empolgantes porque o digital se cruza com tudo o que o país já oferece."  

"As oportunidades emergentes para Cabo Verde no setor dos serviços digitais são promissoras devido à natureza transversal do digital e ao seu potencial para impulsionar a inclusão, a sustentabilidade e o emprego", diz Zineb Benkirane. De acordo com o CPSD, um setor digital próspero irá também melhorar as ofertas turísticas já bem-sucedidas de Cabo Verde e o desenvolvimento da sua nascente economia azul, como as pescas e a aquacultura. 

Um novo estudo da IFC e do Banco Mundial analisa o panorama do setor privado, identifica oportunidades de crescimento e de desenvolvimento e faz recomendações para melhorar as políticas.

Um novo estudo da IFC e do Banco Mundial analisa o panorama do setor privado, identifica oportunidades de crescimento e de desenvolvimento e faz recomendações para melhorar as políticas.

A M&J Tech está a formalizar o desenvolvimento de produtos fintech que promovam a inclusão financeira, segundo a co-proprietária Jacqueline Carvalho. 

A M&J Tech está a formalizar o desenvolvimento de produtos fintech que promovam a inclusão financeira, segundo a co-proprietária Jacqueline Carvalho. 

Para além do sol e do mar 

A gastronomia, a música e a arquitetura de Cabo Verde - juntamente com as praias de areia branca do arquipélago - atraem visitantes cujos gastos alimentam a economia local. O turismo é uma pedra angular do desenvolvimento económico e social de Cabo Verde: Na última década, os serviços relacionados com o turismo representaram cerca de 75% do produto interno bruto (PIB), com o setor do turismo contribuindo diretamente para 25% do PIB do país e indiretamente para 44% do PIB nacional. O turismo representa 40% da atividade económica do país e 45% do emprego formal - como os postos de trabalho dos capitães de iates locais, dos trabalhadores da hotelaria e dos operadores de empresas de turismo -, que têm sido o principal motor de crescimento nos últimos 20 anos. 

Mas acompanhar o crescimento e manter-se competitivos pode ser difícil para os empresários locais do setor do turismo porque não dispõem dos recursos das grandes cadeias de resorts com pacotes com tudo incluído, que atraem a maioria dos visitantes. É com essa situação que Maurícia Vaz, proprietária de um restaurante e operadora de uma pousada, se debate. Cresceu no Tarrafal, uma pequena comunidade na parte norte da ilha de Santiago, e há 23 anos gere empresas relacionadas com o turismo. Embora a criação de um site na web para a pousada de que é proprietária esteja fora do seu alcance, ela sabe que "facilitaria muito a minha vida. Seria mais prático se eu tivesse um site na web onde as pessoas pudessem fazer todas as suas reservas [porque] recebo muitas reservas por telefone, [o que] me faz perder muito tempo." 

Maurícia Vaz diz que abrir o seu restaurante e pousada era "uma vocação", porque adora conhecer pessoas novas. 

Maurícia Vaz diz que abrir o seu restaurante e pousada era "uma vocação", porque adora conhecer pessoas novas. 

Na sua infância, Maurícia Vaz conheceu poucos empresários, mas prestou muita atenção a mulheres empreendedoras como a sua mãe, que vendia bananas. "Aprendi com a minha mãe que as pequenas empresas fazem a diferença", diz ela.  

Na sua infância, Maurícia Vaz conheceu poucos empresários, mas prestou muita atenção a mulheres empreendedoras como a sua mãe, que vendia bananas. "Aprendi com a minha mãe que as pequenas empresas fazem a diferença", diz ela.  

No Tarrafal, o restaurante e a casa de hóspedes do Vaz têm registado um crescimento constante. Em 2022, o número de chegadas internacionais a Cabo Verde atingiu mais de 785.000, o que representa mais do dobro do número de chegadas em 2010 e um aumento de vinte vezes em relação a meados da década de 1990.

No Tarrafal, o restaurante e a casa de hóspedes do Vaz têm registado um crescimento constante. Em 2022, o número de chegadas internacionais a Cabo Verde atingiu mais de 785.000, o que representa mais do dobro do número de chegadas em 2010 e um aumento de vinte vezes em relação a meados da década de 1990.

Quando Maurícia Vaz recebeu o convite para o workshop de literacia financeira da Caixa Económica, "não pensei duas vezes. Aceitei imediatamente", diz ela. Queria "aprender a relacionar-me com os bancos... Como pedir financiamentos, como apresentar um projeto, todas essas coisas. Como abordar o banco. Essa foi uma das coisas que aprendi com o workshop. Mas também aprendi muitas outras coisas". Por exemplo, diz ela, algumas das suas práticas contabilísticas internas não eram normalizadas e, agora que sabe como fazer as coisas de forma diferente, está determinada a "ser um pouco mais dura" para que os bancos a levem mais a sério quando pedir um financiamento. 

O workshop foi importante para Maurícia Vaz porque tinha uma formação em atendimento ao cliente e não em negócios. Mas abrir o seu próprio negócio foi "uma vocação", diz ela, porque adora conhecer novas pessoas. Começou no setor informal, gerindo um bar de reggae chamado Mama Africa, em 2005, e trabalhou de forma constante para atingir o objetivo de abrir o seu próprio restaurante em 2008. A ideia da pousada surgiu há cerca de seis anos, porque viu que os alojamentos locais não conseguiam satisfazer as necessidades do número crescente de turistas. Viu também que os seus vizinhos do Tarrafal precisavam de empregos que pagassem um salário justo. Ajudar a população local a encontrar trabalho motivou o seu progresso e, atualmente, emprega 11 pessoas locais em ambas as empresas. 

Gerir estas empresas não tem sido fácil, admite, especialmente porque cresceu numa comunidade pobre, com poucos exemplos de pessoas locais bem-sucedidas. Mas prestou muita atenção às mulheres empresárias, como a sua própria mãe, que vendia bananas. "Aprendi com a minha mãe que as pequenas empresas fazem a diferença" na vida das pessoas, diz ela. "As pequenas empresas desenvolvem mais um país do que as grandes empresas." 

Os participantes no workshop contactaram com cinco bancos locais, assim como com peritos da IFC.

Os participantes no workshop contactaram com cinco bancos locais, assim como com peritos da IFC.

"Para poderem crescer e expandir-se com sucesso em Cabo Verde, as empresas devem ultrapassar os desafios demográficos e geográficos", afirma Aminata Sakho, Diretora-Geral do Ecobank Cabo Verde.

"Para poderem crescer e expandir-se com sucesso em Cabo Verde, as empresas devem ultrapassar os desafios demográficos e geográficos", afirma Aminata Sakho, Diretora-Geral do Ecobank Cabo Verde.

A experiência de Maurícia Vaz de começar no setor informal não é única. As mulheres em Cabo Verde têm uma forte presença no turismo, mas a maioria trabalha no setor informal, observa Vera Martins, gestora do programa de destinos da fundação TUI care, que apoia iniciativas de turismo que fortalecem as comunidades. As oportunidades educativas, como os workshops de literacia financeira, podem fazer a diferença porque ajudam as mulheres a fazer a transição para o setor formal, onde podem ser incluídas em sistemas financeiros que podem ajudar a fortalecer e expandir os seus negócios, acredita ela. 

"As mulheres precisam de ser capacitadas, precisam de ganhar confiança para poderem estar no setor formal", diz Vera Martins. “Para que isso aconteça, têm que ter a oportunidade de participar em programas de formação." Workshops como o que foi copatrocinado pela IFC e por cinco bancos cabo-verdianos proporcionam às mulheres empresárias "os meios de que necessitam para se envolverem", ao mesmo tempo que promovem a inclusão financeira entre todos os proprietários de pequenas e médias empresas, diz ela.   

Tal como Jacqueline Carvalho, da M & J Tech, Maurícia Vaz planeia "continuar a inovar" com os conhecimentos que adquiriu no workshop de literacia financeira. “Daqui a 10 - 15 anos, estaremos noutro nível", diz ela, descrevendo o seu objetivo de ser proprietária do edifício e do terreno onde estão situados o restaurante e a pousada. 

Hélder Silva também tem sonhos a longo-prazo para a sua empresa. Quando conseguir mais financiamento, planeia expandir a Afroponic para além do fornecimento de supermercados e particulares, e abrir o seu próprio restaurante, que obteria os seus alimentos da quinta de cultivo em torre. Também gostaria de instalar quintas de cultivo em torre em hotéis, hospitais, escolas, agências governamentais e até mesmo em prisões locais, para que possam oferecer alimentos nutritivos cultivados localmente, em vez de os importar. 

Em última análise, quer reforçar e expandir a Afroponic para poder "partilhar a visão" da agricultura sustentável com o resto do continente africano. "A procura é enorme", afirma. "O custo é baixo, é certificada como biológica, não tem impacto negativo no ambiente e pode tornar-nos autossuficientes. A solução de que África precisa está aqui mesmo [em Cabo Verde]". 

O workshop de literacia financeira teve como público-alvo proprietários de pequenas e médias empresas, que constituem 90 a 97% das empresas em Cabo Verde. Em 2023, o ecossistema de start-ups de Cabo Verde foi classificado como o terceiro melhor entre os países da África Ocidental.

O workshop de literacia financeira teve como público-alvo proprietários de pequenas e médias empresas, que constituem 90 a 97% das empresas em Cabo Verde. Em 2023, o ecossistema de start-ups de Cabo Verde foi classificado como o terceiro melhor entre os países da África Ocidental.